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Pressão alta na meia idade pode prejudicar funções cerebrais

foto2hipertensaolatinstockSofrer de pressão alta durante a meia idade pode prejudicar as funções cerebrais no futuro e até causar demência, de acordo com um novo estudo. Segundo a pesquisa, a hipertensão na meia idade diminui em 6,5% a eficácia da memória, da concentração e de outras funções do cérebro dentro de 20 anos. No entanto, os medicamentos para a condição podem amenizar os efeitos colaterais nas funções cognitivas se começarem a ser tomados cedo. As informações são do Daily Mail.

“Iniciar o tratamento logo é fundamental para evitar esse quadro”, explica Rebecca Gottesman, da Johns Hopkins University School of Medicine. “Nosso estudo sugere que a pressão alta durante a meia idade seja um fator mais importante do que a hipertensão na terceira idade para a integridade das funções cognitivas”, acrescentou.

O estudo analisou 14 mil pessoas com idades entre 48 e 67 anos durante duas décadas e comparou as funções cerebrais naqueles com hipertensão, pré-hipertensão e pressão arterial normal. Os participantes tiveram suas pressões medidas cinco vezes durante os 20 anos e também fizeram testes mentais, inclusive de memória. Os resultados mostraram que o declínio nas funções cerebrais nos hipertensos foi 6,5% maior do que naqueles com pressão normal.

A pesquisa ainda revelou que os participantes que sofriam de pressão alta, mas tomava medicamentos, apresentaram menos declínio cognitivo durante os 2 anos do que os voluntários que não trataram a condição.

Fonte: Terra.

Exagero nos selfies pode revelar transtornos

imageEstar bem na foto não basta, é preciso ser curtido, seguido, enfim, admirado e aceito por todos. Talvez por isto tanta preocupação em caprichar e, muitas vezes, “abusar” nas postagens dos selfies (autorretratos). Essa busca pela imagem perfeita pode trazer sérias consequências, em especial aos adolescentes com transtornos preexistentes, a exemplo da bulimia e do transtorno dismórfico corporal, segundo explica o psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará, David F. De Lucena.

O caso do britânico Danny Bowman, 19 anos, é bem emblemático. Ele passava até 10 horas por dia tentando a pose perfeita. A mania o levou a abandonar os estudos, a perder 30 quilos e a não sair de casa durante 60 meses. Diagnosticado com transtorno dismórfico (distúrbio psicológico onde a pessoa acredita ter defeitos físicos que não possui), o jovem foi considerado o primeiro viciado em selfie da Grã-Bretanha.

Os sintomas surgiram aos 15 anos quando ele passou a postar esse tipo de foto no Facebook. Ao perceber que não conseguia a imagem ideal chegou a tentar contra a própria vida. Não por acaso, Danny está na faixa etária dos mais atingidos pelo problema.

Conforme o psiquiatra David de Lucena, estudos de grupos canadenses e americanos mostram que as redes sociais têm elevados traços narcisistas, histriônicos e impulsivos de jovens que nasceram durante o surgimento de redes sociais (12-20 anos). “Em certos casos pode sim haver uma compulsão em publicar fotos perfeitas e aguardar que elas sejam curtidas. A perfeição das fotos faz parte da rotina. Não há dúvidas que algumas pessoas estão sofrendo com esta cultura”.

O fato é que, com a evolução da tecnologia, está cada vez mais fácil “cair na rede” e mais difícil resistir a um selfie, isso vale para todos, independentemente de idade, sexo ou classe social.

Fonte: Diário do Nordeste.

Comer menos não resolve questões emocionais da obesidade, diz psiquiatra

8n4q8odci1_66ykoaher_fileDiminuir a quantidade de comida ou mesmo eliminar determinado alimento da dieta pode não surtir efeito na perda de peso mas, ao contrário, até piorar o quadro já que para algumas pessoas, perder peso interfere em mecanismos emocionais desencadeados por questões pessoais que precisam ser tratados. É o que explica o psiquiatra Arthur Kaufman, do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

De acordo com ele, é possível tratar distúrbios alimentares e emagrecer sem deixar de comer um doce ou tomar um refrigerante. “Comer pode representar, mais do que uma necessidade do organismo, uma questão emocional”, afirma o especialista ao destacar que a comida, em todos os tempos, sempre esteve associada a sentimentos.

“Há pessoas para quem a comida exerce o mesmo efeito – excitante ou calmante – da droga e ela é capaz de desenvolver um distúrbio alimentar que a leva a comer mesmo sem fome, por tristeza, alegria ou ansiedade. Nesses casos, o tratamento deve ser focado no distúrbio alimentar e em sua causa emocional e não na doença “obesidade” em si”, explica.

“Bebemos e comemos pra comemorar, mas também recorremos à comida quando estamos tristes – sobretudo às mais calóricas. Costumamos nos dar o direito aos excessos por achar que naquele dia merecemos. Quem nunca disse: comi tudo o que tinha direito?”, observa.

Segundo Kaufman, a comida está associada a coisas boas não apenas pela questão da alimentação, mas porque as comemorações – aniversários, celebrações, casamentos – são sempre feitas com comida calórica. “Ninguém comemora uma conquista ou se consola por uma perda comendo alface. Interpretamos que por estarmos feliz merecemos comer o que queremos, e o mesmo ocorre quando estamos tristes. Por isso, é um distúrbio difícil de tratar, sendo necessário desfazer essas associações e conter os impulsos que já estão automatizados no comportamento. Indico aos meus pacientes que criem um ‘kit emergência’ para os momentos em que estiverem chateados, porque a tristeza é má conselheira”, sugere o especialista.

Outra dica do psiquiatra é organizar um diário alimentar: anotar o que come de acordo com os dias, horário e quantidade, o local e o que está sentindo, e se comeu sozinho ou com alguém. “A companhia é importante porque há pessoas que nos deixam mais tensos e fazem com que comamos mais”.

Fonte: R7 Saúde.

Correr até 10 minutos por dia reduz risco de morte, sugere estudo

estrategia-de-corridaFazer uma corrida curta e rápida diariamente pode ser tão eficaz quanto correr prolongadamente para viver mais, destaca um estudo publicado nesta semana no periódico “Journal of the American College of Cardiology”. Correr de 5 a 10 minutos por dia pode reduzir significativamente o risco de doenças cardíacas e morte precoce.

As pessoas que correm para se exercitar apresentam um risco 30% menor de morrer e as chances de óbito por doença cardiovascular caem 45% em comparação com quem não pratica o exercício físico. Corredores têm expectativa de vida três anos maior que a média dos sedentários.

A pesquisa não detectou diferenças estatísticas entre quem corre 50 minutos ou 180 minutos por semana. Os resultados também não diferiram quando a corrida se manteve abaixo dos 10 km por hora. Quem corre em ritmo lento ou caminha também têm resultados melhores do que os que não praticam atividade física.

“Visto que o tempo é um dos maiores obstáculos para se fazer uma atividade física, o estudo pode motivar mais gente começar a correr”, disse o principal autor do estudo, Duck-chul Lee, professor assistente do Departamento de Cinesiologia da Universidade Estadual do Iowa (cento dos EUA).

O estudo se baseou no acompanhamento de mais de 55.000 adultos com idade média de 44 anos no Texas, ao longo de 15 anos. A maioria era de brancos e um quarto do total era de mulheres.

Fonte: G1 Saúde.

Focar nas qualidades e ter atividades prazerosas melhoram autoestima

autoestima_1Muita gente se vê no espelho de forma distorcida e bem diferente da realidade. A imagem “reflete” uma pessoa mais gorda, mais feia e mais infeliz do que, de fato, ela é. Essa autoestima deturpada é construída ao longo da vida, nas experiências que tivemos e nas culpas que criamos. A boa notícia é que ela pode melhorar.

Segundo o psiquiatra Daniel Barros, todos nós temos fraquezas, e o que consideramos defeitos não pode se sobrepor ao restante e, principalmente, às nossas qualidades. Muitas vezes, o indivíduo se cobra demais; em outras, há interferências como perdas de pessoas queridas, solidão ou isolamento social, abusos físicos ou sexuais, fim de relacionamentos, relações tóxicas, doenças mentais, estresse, ansiedade, pressão, bullying, discriminação social, racial ou sexual, demissão do trabalho, pensamentos negativos, metas muito rígidas e até influências hormonais e obesidade – como explicou o endocrinologista Alfredo Halpern.

Em longo prazo, a baixa autoestima também pode levar a problemas mentais, consumo excessivo de álcool, alimentos, ansiedade, depressão e relacionamentos destrutivos. A autoavaliação sobre quem somos, quais são nossas habilidades, os aspectos positivos e negativos da nossa personalidade e as perspectivas sobre o nosso futuro deve estar em sintonia com a realidade. Isso porque autoestima de menos ou demais gera conflitos nas atividades diárias e nos relacionamentos.

Algumas dicas dos médicos para melhorar a situação são: escreva para entender a origem da baixa autoestima (faça um diário sobre as situações, reações e sentimentos que mexeram com a sua autoimagem), pense em uma defesa para cada sentimento negativo, deixe acessíveis objetos, cartas, fotos e presentes que lhe fazem bem, sorria mais e faça algo do qual você goste, seja no trabalho, em um voluntariado ou hobby. Além disso, estabeleça metas mais realistas e as cumpra, construa relacionamentos saudáveis, pense positivo e busque ajuda profissional quando precisar. E não desconte seus descontentamentos na comida, mas, sim, na atividade física.

Fonte: Bem Estar.

Dor de cabeça pode ser causada por desregulação de mecanismos cerebrais

485b6eafad4b4dc233929278565b67a9Dor de cabeça ou, cientificamente, cefaleia. Sente com frequência? Caso a resposta seja sim, você não está sozinho. Ela é a principal queixa da humanidade e a nona causa de ida ao médico. De acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleia (SIC), são mais de 200 tipos e apenas 3% da população mundial está livre de ter alguma crise ao longo da vida.

Há, entretanto, um tipo de dor de cabeça que compromete a vida familiar, social e produtiva de 80% das pessoas que sofrem com o problema. Quem tem – e, no Brasil, esse número passa dos 30 milhões -, convive com crises que vêm e voltam recorrentemente, na maioria das vezes sem aviso prévio. É a enxaqueca.

“O processo doloroso interfere demais na qualidade de vida do indivíduo, porque é, normalmente, uma dor de forte intensidade associada a vários sintomas e que costuma piorar, podendo levar a pessoa a ficar acamada. Isso acaba interferindo no âmbito profissional, acadêmico, interpessoal”, justifica o neurologista Marcelo Ciciarelli, presidente da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe).

Segundo ele, o impacto da enxaqueca pode ser medido, por exemplo, pelo índice elevado de ausência ao trabalho. “Uma pesquisa europeia recente revelou que 25% das pessoas com enxaqueca diária ou quase diária estão desempregadas”, descreve.

Ajuda médica

Segundo estudo recente publicado pela revista Cephalalgia, cerca de 18% das brasileiras e 6% dos brasileiros têm o problema. Apesar de, nos dois extremos (infância e velhice), os percentuais atingirem de forma equilibrada ambos os gêneros, por volta dos 30 anos a prevalência nas mulheres chega a ser quatro vezes maior.

Em Fortaleza, estima-se que haja 170 mil enxaquecosos. 85% deles têm mais de duas crises por mês. Diante dos sintomas – a maioria incapacitante – o primeiro passo é procurar ajuda médica. Com o tratamento adequado, é possível conviver com crises cada vez menos frequentes (e de menor intensidade), além de melhorar a qualidade de vida.

Sem marcador

Até 1962, indica o neurologista João José Carvalho, chefe do Serviço de Neurologia e coordenador da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza, não havia um consenso internacional sobre a definição de enxaqueca. Isso porque, no caso das doenças sem um marcador biológico, como ela, o diagnóstico se baseia em critérios clínicos.

“No diabetes, por exemplo, o marcador é a glicemia. A medição comprova que o indivíduo tem a doença. Com as patologias sem marcador é diferente. O paciente não pode provar que está com dor, nem o médico que você tem enxaqueca. Por isso, a entrevista clínica é essencial para o diagnóstico”, diz o neurologista, que estuda o tratamento da dor de cabeça há 32 anos.

Hoje, a classificação da SIC já estabelece um consenso quanto aos principais sintomas desse tipo de cefaleia, que possui 16 formas de apresentação. A com aura e a sem aura são as duas principais.

Quando toca o alarme

Mas, afinal, o que causa a enxaqueca? Trata-se de uma doença biológica, genética e hereditária. “Não tem nada a ver com comida, com comportamento, com menstruação. Esses são modelos leigos que vêm há décadas e não resolvem o problema. A enxaqueca é uma desregulação que envolve mecanismos cerebrais do controle da dor. É um alarme que toca periodicamente, sem motivo. Todos temos esse mecanismo de alarme, que só é para disparar quando há um motivo; nos enxaquecosos ele é desregulado e dispara à toa”.

Quando o alarme está nessas condições, há duas formas de fazê-lo parar. A primeira é desligá-lo – essa é paliativa, emergencial. A outra, é regulá-lo para que não toque mais. Poderia ser só uma metáfora, mas é nela que residem os princípios para o tratamento.

Fonte: Diário do Nordeste.

Exercício intenso de 6 seg reduz pressão de idosos em 9%

idososexerciciosPesquisadores da Escócia descobriram que seis segundos de exercícios físicos intensos podem transformar a saúde de idosos, ao reduzir a pressão sanguínea e melhorar o condicionamento geral ao longo do tempo.
Esta modalidade de treinamentos curtos, de alta intensidade, tem atraído cada vez mais seguidores, prometendo alguns dos mesmos benefícios que os exercícios convencionais, mas em um tempo muito menor.

O estudo piloto da Universidade de Abertay testou a hipótese em 12 aposentados. O grupo realizou exercícios intensos de bicicleta duas vezes por semana durante duas semanas.

Após os exercícios, os participantes reduziram sua pressão arterial em 9%, aumentaram a sua capacidade pulmonar e acharam mais fácil realizar atividades do dia-a-dia, como levantar-se de uma cadeira ou levar o cachorro para passear.

“Eles não foram excepcionalmente rápidos, mas para alguém dessa idade, foram”, disse o coordenador do estudo, John Babraj. “Muitas doenças estão associadas com o comportamento sedentário – como doenças cardiovasculares e diabetes – mas se mantivermos as pessoas ativas e funcionando, poderemos reduzir o risco (dessas doenças).” Os resultados foram detalhados na publicação da Sociedade Americana de Geriatria, Journal of the American Geriatrics Society.

Seguro?

O estudo adotou a abordagem que advoga por explorar os limites do corpo durante apenas alguns segundos, em vez de gastar mais tempo em uma corrida de meia hora ou pedalar por alguns quilômetros. Alguns especialistas argumentam que o treinamento curto e intenso é mais seguro do que o exercício convencional. Nestes últimos, taxas mais altas de batimentos cardíacos e pressão arterial podem levar a ataques cardíacos e derrames.

Babraj disse que corridas por longos tempos “colocam uma pressão maior sobre o coração em geral”. Já o método intenso pode ajudar a reduzir os custos “astronômicos” dos problemas de saúde em idosos, disse ele. “Temos uma com alta média etária, e se não a incentivarmos a ser ativa, a carga econômica disso será astronômica.” Os exercícios usados na pesquisa podem ser realizados em casa, desde que os interessados procurem aconselhamento médico de antemão, segundo o acadêmico.

Mais de 10 milhões de pessoas no Reino Unido – de uma população total de 63 milhões – têm mais de 65 anos de idade, e esse número tende a aumentar. No Brasil, há cerca de 14,9 milhões de pessoas nesta faixa etária, segundo o IBGE. O órgão prevê que essa fatia da população atingirá 58,4 milhões em 2060.

Especialistas consultados pela BBC elogiaram que o estudo tenha destacado os benefícios do exercício físico em qualquer idade. “O estudo desafia a suposição de que tipo de exercício é correto na velhice”, disse o secretário-honorário da Sociedade Britânica de Geriatria, Adam Gordon. “A mensagem geral é que você nunca está velho demais, frágil demais ou doente demais para se beneficiar de exercícios, desde que sejam escolhidos com cuidado.”

Fonte: Terra.

Hoje é o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites

HepatitesDesde 2004, a Organização Mundial de Saúde (OMS) celebra 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. Doenças de difícil tratamento, em geral são detectadas de forma tardia, já que os sintomas só se manifestam quando a única chance de sobrevida do paciente é um transplante de fígado.

Segundo o presidente da Associação dos Transplantados e pacientes hepáticos do Ceará, José Wilter Ibiapina, cerca de 39% dos 990 transplantes realizados pelo Hospital Universitário Walter Cantídio foram feitos devido a complicações de hepatite do tipo C e outros 5%, por conta de cirrose em consequência da hepatite B.

O infectologista Anastácio Queiroz explica que as vacinas e hábitos simples, como usar preservativo em todas as relações sexuais, podem prevenir a doença: “Apesar de a hepatite A ser simples e matar somente em casos raros, os outros tipos, B, C e D, têm um tratamento bem aquém do esperado, por isso é tão importante a prevenção”.

Como as hepatites B,C e D são transmissíveis por meio do contato com sangue contaminado, é importante que as pessoas prestem atenção, por exemplo, se os alicates dos salões de beleza são esterilizados. “Cada pessoa deveria ter o seu próprio kit manicure, o que garante que ela não teria contato com o sangue de outras pessoas”, diz.

Fonte: Diário do Nordeste.

Uso inadequado de medicamentos pode causar overdose acidental

Beneficio-em-MedicamentosDiferente de nossos antepassados, hoje em dia qualquer um encontra na farmácia alívios químicos para grande parte dos males que sempre afligiram a humanidade. Temos compostos eficazes para aliviar dor, coceira, tonturas, infecções e até tumores – e o livre acesso a alguns destes compostos muitas vezes passa a impressão de que eles são seguros. Mas se há alguma verdade na farmacologia, ela pode ser resumida pela frase: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

Tome-se como exemplo o paracetamol, um anti-inflamatório comercializado livremente desde 1955 como a alternativa “segura” ao ácido acetilsalicílico. Nos EUA, registram-se mais de 100 mil overdoses/ano com esta droga, sendo que 56 mil demandam atendimento médico e 500 pessoas morrem. E isto vem piorando tanto que o FDA (Food and Drug Administration) tomou a iniciativa de limitar a dose máxima por pílula como forma de conter esta epidemia. No Brasil, o dado mais amplamente citado é uma estimativa feita pela ABIFARMA (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica) de que ocorreriam 20.000 mortes/ano em consequência da automedicação.

Mas como as pessoas se intoxicam? De vários modos, a maior parte deles acidental, por desconhecimento dos riscos de cada composto. O consumidor comum não tem preparo ou hábito de ler bula, então, uma pessoa gripada pode tomar um comprimido de paracetamol para dor e outro para congestão nasal, sem saber que o segundo contém uma dose plena da mesma droga. Isto é frequente no consultório.

Outro modo de se machucar adviria do desconhecimento das vias metabólicas que nosso corpo usa para controlar a quantidade de droga circulante e seus efeitos. O maior exemplo disto é o anticoagulante warfarina, cujo nível sanguíneo é muito facilmente afetado por qualquer medicação ou mudança na dieta, causando sangramentos às vezes muito importantes.

Mas isso é apenas a ponta do iceberg. Mesmo lendo bulas, pessoas podem involuntariamente se colocar numa situação de risco misturando drogas com “produtos naturais”. O público em geral tem a falsa noção de que natural significa inócuo. Cabe lembrar que grande parte da farmacopéia ocidental originou-se de produtos naturais. O ácido acetilsalicílico vem da casca do salgueiro, a digoxina, de uma flor, a penicilina, de um fungo, o captopril, do veneno da jararaca e assim por diante. Não bastasse isso, até frutas e legumes podem interferir com drogas e provocar intoxicações involuntárias.

Um dos casos mais notáveis é o da toranja, fruta muito apreciada no hemisfério norte e que interfere na metabolização de pelo menos 85 medicamentos, que variam de remédios para o coração como o verapamil a antibióticos como a eritromicina ou imunossupressores como o micofenolato. Há diversos casos graves e fatais de intoxicação involuntária decorrente da ingesta simultânea de uma droga e este suco. E não vamos nem falar sobre consumir álcool com medicações, pois além de um capítulo a parte, isto é quase que pedir para tomar na cabeça. Álcool e remédios essencialmente não combinam em nenhuma situação.

Que situação não? Você busca um remédio para melhorar e sem saber, pode estar se submetendo a um risco de vida involuntário. Como evitar isso? A peça chave para sua segurança é a compreensão de que não há remédio seguro, o que há são limites seguros para o consumo destes compostos. Estes limites envolvem doses, horários, combinações, estado de saúde, controles sanguíneos e vários outros quesitos, todos relevantes e potencialmente perigosos.

Portanto, jamais se automedique ou combine drogas sem uma orientação específica para fazê-lo. Medicar alguém corretamente já é muito difícil para pessoas que passam a vida estudando o assunto, imagine para quem nem sabe que o assunto existe.

Fonte: Minha Vida.

Descongestionante nasal vicia e pode mascarar males maiores, dizem médicos

spray-sinusite-crianca-sinusite-doente-gripado-1342189585854_300x300Seja verão ou inverno, quando surge a baixa umidade do ar ou aumentam os problemas respiratórios graças aos casos de gripes, resfriados e rinites, o nariz entupido é o sintoma mais comum e incômodo. A maioria das pessoas não pensa duas vezes em ir à farmácia e comprar um descongestionante nasal por conta própria, achando que usar o produto sem acompanhamento médico não trará problema.

E assim começa um dos casos mais clássicos de “vício” em um medicamento, com direito até a declarações em páginas de redes sociais como o “Clube dos Viciados” de um descongestionante conhecido.

“O descongestionante nasal deve ser usado por, no máximo, cinco dias consecutivos, e de oito em oito horas. Se a pessoa continuar a usá-lo, haverá um efeito rebote: para de tomar e o nariz entope novamente e só melhora se pingar o remédio para desobstruir. A pessoa já leva o medicamento no bolso e acaba encurtando os intervalos de aplicação”, conta a pediatra Edina Mariko Koga da Silva é diretora do Centro Cochrane do Brasil, uma organização não governamental que elabora, mantem e divulga revisões sistemáticas de ensaios clínicos.

A médica frisa que as pessoas tomam sem sequer ler a bula, não procuram um médico e, assim, o uso do medicamento torna-se crônico. Ela também lembra que os que sofrem mais são aquela que moram em grandes centros urbanos, por causa da poluição. “Também há o problema dos ‘edifícios doentes'”, afirma.

Ela se refere à má qualidade do ar interno de alguns edifícios, o que passou a ser conhecido mundialmente como “Síndrome dos Edifícios Doentes”, decorrência de uma conjunção de fatores que vão desde os problemas no projeto até a má conservação dos dutos e dos aparelhos de ar-condicionado, causando dois tipos básicos de contaminação: a biológica por fungos, bactérias, vírus e protozoários e até mesmo aracnídeos como é o caso dos ácaros e, a química proveniente de gases liberados por produtos de limpeza, vernizes, tintas, equipamentos de escritório, colas, aumento no nível de dióxido de carbono etc.

Sem controle

O otorrinolaringologista Antônio Carlos Cedin, chefe do serviço de Otorrinolaringologia do Hospital Beneficência Portuguesa e Presidente da Sociedade Paulista de Otorrinolaringologia, também alerta que o descongestionante nasal, hoje em dia, é um dos principais itens com os quais as pessoas se automedicam, pois é vendido livremente e sem controle.

“Quando há contração da circulação dos vasos sanguíneos, o sangue não chega à cavidade do nariz. É o caso da rinite alérgica, quando os tecidos nasais incham, impedindo que o sangue chegue. A pessoa usa o descongestionante e melhora, mas o efeito é passageiro. Quanto mais potente o remédio, a dilatação volta mais forte. Se usado sem prescrição correta e por tempo prolongado, as pessoas têm maior facilidade de se tornarem dependentes. É uma dependência física, química e psicológica, porque proporciona uma satisfação no respirar”, enfatiza o médico.

Contraindicação

É preciso lembrar que o descongestionante nasal é contraindicado para quem tem problemas na próstata, hipertensão e arritmia cardíaca e pode causar retenção urinária e insônia. “Em menores de um ano o descongestionante pode gerar até mesmo convulsões”, avisa Cedin.

No caso de rinite, o otorrinolaringologista comenta que medicamentos via oral, como antialérgicos, regulariam o entupimento nasal. Porém, frisa que é preciso fazer um diagnóstico correto do motivo da obstrução, tratar essa situação de dependência e descobrir o fator desencadeador.

Cedin é enfático: “Se for uma queixa recorrente, não pode simplesmente comprar na farmácia e se automedicar, o que pode até mascarar algo mais sério. É preciso muito critério e indicação médica. O uso deve ser feito em alguns casos e sempre num curtíssimo espaço de tempo”.

Quando o problema for algo grave, ele recomenda tratar com medicamento ou cirurgia, como nos casos de desvio do septo ou adenoides (duas pequenas glândulas compostas por tecido linfoide, semelhantes às amígdalas e aos linfonodos) que se crescerem muito e podem causar obstrução da passagem do ar respirado pelo nariz.

“Se a pessoa for para a praia, tirar umas férias e mudar de ares, por exemplo, a rinite melhora bastante. Para ajudar a desobstruir o nariz no dia a dia, o indicado é o soro fisiológico e a solução salina no lugar do descongestionante”, ensina a pediatra.

Estudo

Um estudo realizado no exterior, em 2009, pelo Instituto Cochrane mostrou que a utilização do medicamento traz uma porcentagem de melhora muito baixa. Aqui o resumo da pesquisa:

“O resfriado é a razão mais comum de doenças entre os adultos, que podem experimentar de dois a quatro episódios por ano. Por enquanto, ainda não há cura para este mal, assim, a diminuição de seus sintomas é o foco do tratamento. A congestão nasal é o sintoma mais comum. Descongestionantes orais ou nasais são frequentemente utilizados.

Sete ensaios foram feitos para determinar o benefício de uma dose de descongestionante, mostrando uma melhoria de 6 % nos sintomas relatados. A melhoria nos sintomas continuou em 4 % das pessoas mesmo após três a cinco dias de uso. Essas melhorias foram conseguidas graças à redução na resistência das vias aéreas nasais.

Dois ensaios foram usados para determinar a probabilidade de efeitos adversos do uso de descongestionantes sobre o tratamento não eram mais prováveis do que com placebo. O efeito adverso mais comum no tratamento foi insônia (5%). Analisamos o uso de descongestionantes em crianças, mas apesar da alta incidência do resfriado comum entre elas, não havia provas desse medicamento ser adequado para a inclusão. Descongestionantes fornecem alívio de curto prazo de obstrução nasal para adultos com resfriado comum, mas não são recomendados para crianças menores de 12 anos”.

Fonte: UOL Saúde.

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